Atividade colaborativa

Desafio do método: Discussões seguidas de elaboração de textos colaborativos

Apresentar Etherpad e lançar o desafio: Como elaborar textos colaborativos após atividades de leitura ou outras discussões?

Etapas da discussão:

  1. Discussão em pares
    • Para você, o que é epistemologia?
    • Impressões sobre o documentário Everything is a remix
  2. Junção das duplas
    • compartilar a visão atual do que é epistemologia
    • compartilhar comentários/destaques sobre o documentário

Etapas da elaboração do texto:

  1. Listar tópicos a serem desenvolvidos
  2. Cada tópico é iniciado por uma pessoa (utilizando o pad)
  3. Rotação de contribuição nos tópcos até ao menos duas pessoas contribuirem para cada tópico, a ser feito até o dia 21/08/18.

Revisão e reflexão

  • Revisão do texto (21/08)
  • Reflexão do método

Tópicos

1) O que é Remix? (Priscila e Leonardo)

O conceito de Remix nos diz que para produzir algo novo nós combinamos ou editamos algo já existente. O fazer algo “original” nada mais é que aproveitar algo já que foi produzido, transformando e combinando ideias, através de influencias no meio em que vivemos e inspirações que possamos ter. Entretanto, devido a aversão à perda, tendemos a superestimar a perda que sofremos quando nossa ideia sofre remix e subestimamos os ganhos advindos de outras obras, as quais remixamos. O que tem levado a criação de leis, através do lobby, que criminalizam o remix, utilizando o dispositivos legais, donos da propriedade intelectual tem processado muitos que utilizaram de suas obras como base ou inspiração.

2) Processo de Criação: A influência do meio (Andressa e Cássio)

O pensamento seria como se cria uma “nova” ideia, como devemos pensar, será que uma nova ideia é realmente original? O que seria “original”? Desde que nascemos somos influenciados, além da nossa própria natureza humana com as necessidades mais básicas, e nos desenvolvemos em sociedade, criando nossa particularidade a partir das interações com o meio ao nosso redor. Quando pensamos que todos somos únicos, isto nos torna individuais momentaneamente, mas todas as referências são transformações já existentes. Já dizia o filme “Robôs” (Twentieth Century Fox Animation / Blue Sky Studios - 2005) que “a mãe de todas as invenções é a necessidade”. Essa frase é facilmente verificada ao olharmos atividades como a capoeira, que foi “inventada” pelos escravos no Brasil (adaptada de uma cerimônia de tribos do sul da hoje Angola) como forma de se protegerem e se defenderem dos abusos de seus senhores sob a desculpa de ser uma atividade recreativa (por isso hoje se diz tanto “lutar capoeira” quanto “jogar capoeira”). Naturalmente, necessidades “maiores” (comuns / urgentes a mais pessoas) geram invenções maiores, mais rapidamente e, dependendo da urgência e do número de pessoas necessitadas, geram invenções similares por pessoas que não necessariamente se conhecem! É o caso da invenção do Cálculo, em que Isaac Newton e Gottfried W. Leibniz (que não se conheciam) desenvolveram de forma semelhante e simultânea (e até hoje não se atribui a invenção a nenhum dos dois de forma isolada).

3) Cópia, Tranformação, Combinação (Cássio)

Só pra ter uma ideia da dimensão desses conceitos, a própria ideia de Vida que conhecemos está intrinsecamente relacionada a eles. Desde o primeiro organismo unicelular até todas as formas mais complexas de vida que temos hoje, a vida só se proliferou porque esses organismos eram capazes de se multiplicar (Copiar a si mesmo). Eventualmente, essa cópia saía um pouco diferente e, assim, um organismo diferente surgia (Transformação). E esses ciclos de cópia e transformações culminou em organismos capazes de se reproduzir sexuadamente, onde cada organismo dava parte de seu código genético e dessa Combinação surgia um terceiro organismo. Dito isto, afirmar que “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, possivelmente tenha uma validade mais abrangente do que a pretendida quando Lavoisier proferiu essa frase. Ora, se fazemos parte da natureza e os processos de cópia, transformação e combinação estão tão intrínsecamente ligados a nós (história da nossa evolução), é razoável concluir que as atividades humanas também sejam regidas por tais processos. Para dar alguns exemplos de uma área tipicamente criativa, músicos e pintores não desenvolvem um estilo próprio do nada, geralmente criam seus estilos a partir de elementos que conheceram de outras fontes e acharam interessantes, transformando e combinando esses elementos em um estilo próprio. Nesse sentido, podemos tentar dizer que algo é “original” quando esse algo possui uma combinação única de outros “algos”.

4) Motivação para Compartilhamento (Carlos e Andressa)

Vendo o acúmulo de informação e conhecimento, junto com a dificuldade de domínio de todas as áreas do conhecimento, a divisão de tarefas e união de ideias se torna uma alternativa para otimizar o nosso tempo produtivo em uma vida. Com isso, podemos chegar mais longe colaborando do que produzindo algo do “zero” (com ênfase nas aspas).

A busca prática em que a sociedade capitalista nos envolve, motiva uma corrida interna, quase uma “guerra fria” não declarada, onde quem chegar primeiro levará seu nome em evidência, então porquê compartilhar este trabalho? Acredito que o início para o compartilhamento seria o financiamento e recursos que são disponíveis.

5) A Consequência da Rede Colaborativa (Andrea e Carlos)

Pensando que nosso processo de criação parece se dar a partir de etapas de cópia, transformação e combinação, podemos pensar que incentivando-se redes colaborativas (para ensino, divulgação de informação, entre outros), outras pessoas podem criar algo a partir desta visão colaborativa. Isto pode modificar a longo prazo toda uma estrutura de pensamentos centrada no individualismo, isto é, no reconhecimento apenas individual de um processo de criação. Portanto, ao exercitarmos o processo de criação como um trabalho em grupo, poderemos avançar mais rapidamente a um resultado, bem como qualificar o mesmo por acrescentar novas ideias e pontos de vistas diferentes sobre o mesmo assunto.

6) A Propriedade Intelectual (Leonardo e Andrea)

É um conjunto de direitos que toda a obra possui, sendo ela científica, artistica, industrial ou literária, e visa teoricamente a garantia de compensação do trabalho ou de gastos do proprietário. Ela regula o direito de cópia, o chamado Copyright, reprodução e acesso. Um dos argumentos para sua existência seria o incentivo a inovação: se o conhecimento não fosse protegido, todos se beneficiariam com um novo conhecimento igualmente, não gerando vantagem para o criador de conhecimento e, portanto, não haveria motivo inovar. No entanto, o que antes visava o incentivo à inovação, hoje se apresenta como um provável limitador ao processo criativo. Acredita-se que este fato possa estar associado tanto à possibilidade de se lucrar a partir de processos judiciais relacionais à propriedade intelectual, quanto ao fator psicológico humano, identificado como “aversão à perda”. Ambos parecem ter incentivado uma extensa formulação de leis relacionadas aos direitos autorais e patentes que, atualmente, ao contrário de permitir e incentivar a inovação, limita o desenvolvimento por restringir profundamente a aplicação de passos básicos da criação humana: copiar, transformar e combinar. O que entendemos por propriedade intelectual parece cada vez mais representar o limite que poderíamos ter chegado por meio de uma estrutura social baseada no individualismo e no reconhecimento limitado ao individual. Mudanças profundas merecem serem pensadas.