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Métodos Computacionais no Ensino da Física
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1 Planilha eletrônica I

1.13 Exercícios

Exercício 1.13.1

Se você conseguiu montar a sua própria planilha seguindo os passos detalhados nesta aula, você está preparado para o estudo independente de outros aspectos da termodinâmica do gás ideal. Em especial, você deve conseguir, com facilidade, estudar outras classes de transformações.

Uma classe de transformações comumente considerada é a transformação adiabática, o que significa simplesmente que não há troca de calor entre o gás e o meio ambiente, ou ainda, q=0. Esse é o assunto que é proposto como exercício. Serão dadas apenas algumas indicações:

Exercício 1.13.2

Neste exercício você irá analisar, inicialmente, um oscilador linear na ausência de força resistiva e de força externa e, depois, o problema de um oscilador linear em um meio resistivo. [Trata-se de um problema que pode ser formulado no quadro de uma disciplina de Física de um curso de Física Geral universitária ou até mesmo do Ensino Médio com as devidas simplificações.] Começa-se por revisar os princípios e relações relevantes.

Será estudado o movimento unidimensional de um sistema massa-mola, exemplo típico para o estudo de osciladores, constituído por um corpo de massa m, que desliza sobre uma superfície lisa, ligado a uma mola de constante de força (ou constante elástica) k. Na Figura 1.13.1 é apresentado um sistema massa-mola, onde são mostradas duas situações, o sistema massa-mola na posição de equilíbrio (no topo da figura) e em uma posição deslocada, à direita da posição de equilíbrio, movendo-se com uma velocidade orientada para a direita. A força restauradora exercida pela mola sobre o corpo (F), uma força resistiva que representa a presença de um meio viscoso (Fresistiva) e uma força externa (Fexterna) também estão assinaladas na figura.

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Figura 1.13.1: É mostrado um sistema massa-mola em sua posição de equilíbrio (topo da figura) e em movimento, como também as forças às quais a massa está sujeita no caso mais geral, quando em um meio viscoso e sob ação de uma força externa.

Na ausência de um meio viscoso e de uma força externa aplicada e considerando-se uma força restauradora linear, a mola exerce uma força F = - k x sobre o corpo de massa m. A equação de movimento do corpo (2a Lei de Newton) é dada por:

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(1.13.1)

A solução dessa equação diferencial ordinária de segunda ordem pode ser expressa de várias formas. A solução proposta aqui é do tipo:

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(1.13.2)
onde A e B são duas constantes a serem determinadas quando da análise do problema físico com suas condições iniciais: a posição inicial, x(t=0) = x0, e a velocidade inicial dx/dt(t=0) = v(t=0) = v0, . A quantidade ω0 é a frequência natural do oscilador e é dada por ω02 = k / m, como pode ser verificado substituindo-se a solução proposta na equação de movimento.

O cálculo da velocidade e da aceleração do bloco como funções do tempo fornece:

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(1.13.3)

Na presença de um meio viscoso, em que a força que é aplicada à massa m é do tipo linear na velocidade: Fresistiva = - b v = - b (dx/dt), o corpo de massa m estará sob ação da resultante das forças a ele aplicadas: Fresultante = Frestauradora + Fresistiva, sendo então Fresultante = - k x - b (dx/dt) a força resultante. Como d2x/dt2 = Fresultante / m, e definindo-se o parâmetro 2β = b / m , a equação de movimento pode ser escrita como:

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(1.13.4)

No caso de um amortecimento fraco a solução ainda é oscilatória e o oscilador é dito subamortecido. Isto ocorre quando β2 < ω02 - o parâmetro β, que mede o amortecimento, é pequeno em relação à frequência natural do oscilador ω0. Define-se, então, um parâmetro ω12 = ω02 - β2, fazendo com que a solução seja do tipo:

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(1.13.5)

A partir da solução x (t), pode-se facilmente encontrar as expressões para a velocidade e para a aceleração como funções do tempo. Para o cálculo da velocidade, basta derivar a expressão (1.13.5) em relação ao tempo, e para a aceleração do bloco, deriva-se x(t) duas vezes em relação ao tempo:

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(1.13.6)
e
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(1.13.7)

Exercício 1.13.2.a

Inicialmente será analisado o caso mais simples do oscilador linear sem amortecimento.

Considere um oscilador que se encontra na posição x0 com vetor velocidade de intensidade v0 e orientado da esquerda para a direita. Determine a posição, a velocidade e a aceleração do oscilador como funções do tempo, x(t), v(t) e a(t).

Com essas condições iniciais, [x(t=0) = x0 e v(t=0) = v0], se obtém: x(t=0) = x0 = A cos(0) + B sen(0) = A e v(t=0) = v0 = ω0 [- A sen(0) + B cos(0)] = ω0 B. Assim, os coeficientes de x(t) (Equação 1.13.2) são: A = x0 e B = v0 / ω0, obtendo-se:

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(1.13.8)
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(1.13.9)
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(1.13.10)

Consulte o material das seções deste capítulo, que mostra através de um tutorial os procedimentos básicos a serem seguidos quando se deseja usar a planilha eletrônica para analisar o comportamento de grandezas físicas associadas a um problema-exemplo. Entre esses podem ser citados: (i) salvar sua planilha e dar-lhe um nome; (ii) identificar as células da planilha; (iii) fazer a mesclagem de células; (iv) escrever fórmulas para análise de grandezas incluindo dados presentes em células; (v) identificar conteúdos de células que permanecem fixos; (vi) incluir notas explicativas; (vii) realizar manipulação a partir de expressão digitada em certa célula para gerar os valores sucessivos em células vizinhas na mesma linha ou na mesma coluna; (viii) construir gráficos.

Abra a planilha eletrônica (Excel ou Calc do BrOffice). Escolha um título para nomear seu trabalho com o oscilador harmônico simples. Para esse problema-exemplo, os dados podem ser classificados como parâmetros (a massa do bloco m e a constante elástica da mola k); e condições iniciais (a posição e a velocidade do objeto). Será conveniente organizar esses dados em colunas. Inclua as unidades correspondentes no sistema internacional.

Ao final deste exercício, você terá construído uma planilha que calcula a posição, a velocidade e a aceleração de um oscilador harmônico simples como funções do tempo e terá construído os gráficos correspondentes. Você poderá analisar o comportamento de seus gráficos em decorrência da alteração dos dados de entrada. A sugestão é que você mantenha fixo o valor da massa do bloco m.

  1. Altere o valor da constante elástica da mola, k analise as modificações resultantes nos gráficos.
  2. Você, agora, alterará os valores da posição e da velocidade inicial do bloco, tomando o cuidado de incluir valores compatíveis com o problema físico.
Exercício 1.13.2.b

Agora você analisará a situação de um oscilador harmônico subamortecido. Em uma planilha, introduza os parâmetros correspondentes a esse oscilador e as expressões para a posição, a velocidade e a aceleração como funções do tempo (ver as Equações 1.13.5 a 1.13.7). Você construirá os gráficos da posição, da velocidade e da aceleração versus o tempo para esse oscilador.

Considere um oscilador em um meio resistivo que, em t=0, se encontra na posição x0 com velocidade v0. Determine a posição, a velocidade e a aceleração do oscilador como funções do tempo, x(t), v(t) e a(t).

Com as condições iniciais ([x(t=0) = x0 e v(t=0) = v0]) se obtém: x(t=0) = x0 = A e v(t=0) = v0 = - βA + ω1 B. Ou seja, B = (v0 + βx0) / ω1, onde ω12 = ω02 - β2.

Os procedimentos a serem seguidos são similares àqueles adotados no exercício 1.13.2.a. Para esse problema exemplo, oscilador sub-amortecido, os parâmetros são a massa do bloco m, a constante elástica da mola k, e sugere-se utilizar β como parâmetroassociado à força resistiva; as condições iniciais são a posição e a velocidade, como no exercício anterior.

Ao final deste exercício você terá construído uma planilha que calcula a posição, a velocidade e a aceleração de um oscilador harmônico subamortecido como funções do tempo e terá construído os gráficos correspondentes. Você poderá analisar o comportamento de seus gráficos em decorrência da alteração dos dados de entrada. Como no exercício anterior, mantenha fixo o valor da massa do bloco, m.

  1. Altere o valor da constante elástica da mola k e veja como isto altera os gráficos.
  2. Você deverá analisar o comportamento dos seus gráficos frente a modificações do parâmetro β. Para tal, mantenha fixo o valor de k e altere agora o valor de β. Não esqueça que o parâmetro β deve ser mantido menor que ω0, pois se está trabalhando com um oscilador subamortecido!
  3. Você alterará, agora, os valores da posição e da velocidade inicial do bloco, tomando o cuidado de incluir valores compatíveis com o problema físico.