Um
planisfério é uma esfera celeste planificada que deixa à mostra apenas a parte
do céu que é visível ao longo do ano em uma determinada região da Terra.
A aparência do céu visível em um determinado lugar depende da hora do dia, da época do ano e da latitude do lugar. Uma carta celeste simples não consegue mostrar, ao mesmo tempo, todas essas combinações, sendo necessárias várias cartas para incluir todas as possibilidades. O planisfério combina em um único dispositivo as cartas celestes de um ano inteiro para uma determinada latitude. Consiste de um mapa do céu inteiro, coberto por uma máscara que deixa à mostra apenas o céu visível de um determinado lugar, em uma determinada hora e época do ano. Girando a cobertura, podemos ver como varia a aparêcia do céu visível nesse lugar com o passar do tempo. Esse instrumento é de grande utilidade como auxiliar na localização dos astros.
Geralmente os planisférios mostram todas as
todas as estrelas mais brilhantes do céu;
a Lua, o Sol e os planetas não aparecem nele,
pois esses astros mudam de posição em relação às estrelas em poucas semanas.
Como a
parte do céu visível ao longo do ano não
muda muito para latitudes próximas, o mesmo planisfério construído para uma determinada latitude pode ser usado
em lugares de latitudes vizinhas. Por exemplo, o mesmo planisfério feito para Porto
Alegre ( latitude de 30ºS), serve para
grande parte do Brasil, Argentina,
Austrália e sul da África.
Devido ao movimento de rotação da Terra todos os astros (Sol, Lua, estrelas, planetas) que são visíveis em um determinado lugar executam uma volta completa no céu em 24h, o que é chamado "movimento diurno dos astros".
Como durante o dia as estrelas são ofuscadas pelo Sol, em uma determinada data só vemos aquelas estrelas que ficam acima do horizonte durante a noite.
À medida que a Terra gira em torno do Sol muda a posição do Sol entre as estrelas e, consequentementem, muda a parte do céu que
está acima do horizonte durante a noite. A cada dia
a Terra se move aproximadamente 1º em sua órbita. Como reflexo
disso, o Sol se move 1° por dia em relação às estrelas, no sentido contrário ao movimento orbital da Terra. Conseqüentemente, se, durante meses sucessivos, observarmos uma determinada estrela no início da noita, veremos
que a cada dia ela nasce aproximadamente 4 min
mais cedo do que no dia anterior. Em 15 dias, ela já fica 15º para leste em relação ao Sol, o que
significa que ela já estará nascendo e se pondo uma hora mais cedo. Devido a
isso, o céu visível em uma determinada
data à meia-noite, 15 dias mais tarde será visível às 23h, e dali a mais 15 dias às 22 h, e assim por diante. No
ciclo de um ano as estrelas voltam a ocupar a mesma posição no céu à mesma hora.
Em qualquer lugar que estejamos na Terra, ao olharmos para o céu conseguimos enxergar apenas um parte dele, aquela parte que está acima
de nosso horizonte. Como o eixo
de rotação da Terra tem uma orientação fixa, quando a Terra gira em torno desse
eixo, de oeste para leste, nós vemos as estrelas se moverem, de leste para
oeste, em trajetórias paralelas ao
equador da Terra. (Esse é um movimento aparente, um reflexo do movimento de
rotação da Terra). O tamanho das
trajetórias diurnas das estrelas, assim como sua orientação em relação ao horizonte, depende da posição da estrela no céu e da
latitude do observador na Terra.
Pessoas que vivem perto dos pólos geográficos vêm apenas as estrelas que
pertencem ao hemisfério celeste correspondente, pois as trajetórias diurnas das
estrelas são paralelas ao horizonte (veja a terceira figura da ilustração abaixo) e portanto as estrelas que estão no céu são
sempre as mesmas. Pessoas que vivem perto do equador vêm estrelas dos dois
hemisfério, pois elas descrevem trajetórias perpendiculares ao horizonte (figura do meio na ilustração abaixo) e
portanto o tempo todo tem algumas estrelas que estão se pondo e outras que
estão nascendo, mudando a aparência do céu. Pessoas que vivem em latitudes intermediárias,
como Porto Alegre (primeira das figuras abaixo), vêm, ao longo do ano, todas as estrelas do hemisfério sul e
parte das estrelas do hemisfério norte. Portanto a parte da carta celeste que é
visível em um determinado lugar depende da latitude desse lugar.
Movimento diurno das estrelas em diferentes latitudes.Por que um planisfério não serve para qualquer latitude
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